Cientistas alertam para a
possibilidade de extinção de algumas espécies. Representantes de mais de 150
países vão discutir propostas que visam reforçar a proteção destes animais.
Algumas espécies de tubarões podem
estar a caminhar rapidamente para a extinção. Cientistas estimam que em 2010
tenham sido mortos 97 milhões de tubarões, pouco menos do que em 2000, quando
100 milhões terão sido capturados. Mas este é apenas um número médio: a
realidade pode andar entre os 63 milhões e os 273 milhões, por ano.
Estes dados constam de um estudo
elaborado por cientistas norte-americanos, publicado online na revista Marine Police
na sexta-feira, dois dias antes do início de mais uma conferência da Convenção
sobre o Comércio Internacional das Espécies Ameaçadas de Extinção – conhecida
pela sigla CITES – que decorre até 14 de Março na Tailândia. O reforço da proteção
dos tubarões é um dos assuntos na agenda.
Os investigadores analisaram dados
sobre a quantidade de tubarões pescados e colocados no mercado – aonde muitas
vezes já só chegam as barbatanas, muito apreciadas na Ásia. Concluíram, por um
lado, que, pela tendência atual, há um risco real de extinção. Isto porque o
número de tubarões capturados anualmente representa, em média, entre 6,4% e
7,9% da população total destes animais, uma taxa superior à de reprodução, que
é de 4,9% por ano.
“A reconstrução dos stocks
empobrecidos é comprovadamente impossível”, escrevem os autores. E deixam um
aviso: “Tendo em conta os resultados deste estudo, e o trabalho prévio sobre a
vulnerabilidade dos tubarões perante sobrepesca, é imperativo que sejam
elaboradas estratégias robustas para gerir e conservar a população de
tubarões”.